terça-feira, 27 de agosto de 2013

Círculo de Fogo, o Evangelion Mexicano

Círculo de Fogo, Pacific Rim no original é o novo filme do diretor mexicano Guilermo Del Toro (Hellboy, O Labirinto do Fauno) vem cheio de referências à cultura pop japonesa, com direito a monstros e robôs gigantes, que irá agradar tantos fãs de animes como os de tokusatsu, além daqueles que estão a procura de um bom filme.


Utilizando o círculo de fogo existente no Oceano Pacífico, Guilermo Del Toro deu vida a monstros e criou outros para se enfrentarem em um filme de tirar o fôlego.


"Quando várias criaturas monstruosas, conhecidas como Kaiju, começam a emergir do mar, tem início uma batalha entre estes seres e os humanos. Para combatê-los, a humanidade desenvolve uma série de robôs gigantescos, os Jaegers, cada um controlado por duas pessoas através de uma conexão neural. Entretanto, mesmo os Jaegers se mostram insuficientes para derrotar os Kaiju. Diante deste cenário, a última esperança é um velho robô, obsoleto, que passa a ser comandado por um antigo piloto (Charlie Hunnam) e uma treinadora (Rinko Kikuchi)."

Sinopse via AdoroCinema

Os termos "Kaiju" e "Jeagers" foram mantidos como no original e significam, respectivamente monstro e caçador, sendo palavras de origens diferentes. Kaiju é um termo japonês bastante utilizado em série de tokusatsu como Ultraman e outros. Jeagers, por sua vez, é um termo em alemão que significa caçador. Nada é por acaso.

O círculo de fogo citado acima existe realmente e fica no Oceano Pacífico. Simplificando, é uma área com enorme números de placas tectônicas e com uma forte atividade vulcânica. 

Dizer que Guilermo Del Toro bebeu da fonte de séries tokusatsu (séries de efeitos especiais japonesas) para fazer esse filme é imprescindível. E a primeira impressão que tive quando vi pela primeira vez o trailer desse filme foi justamente a lembrança ao anime de Neon Genesis Evangelion, onde crianças pilotam seres humanóides chamados Evangelion, ou Evas para destruir monstros, que são conhecidos como "anjos".

Charlie Hunnam e Rinko Kikuchi em cena que mostra os robôs jeagers
controlados simultaneamente por duas pessoas

Segue-se quase a mesma linha de Evangelion. Enquanto no anime é necessário que o piloto tenha um DNA compatível com o do EVA, em Círculo de Fogo é necessário uma conexão neural entre dois pilotos, e consequentemente uma compatibilidade entre eles, já que um vai estar dentro dos pensamentos dos outros para fazer com que os Jeagers funcionem e cada piloto tem a função de controlar um hemisfério do robô.

E as referências não param por aí. Os kaijus são basicamente muito parecidos com os que aparecem em seriados como a série Ultraman. Acreditem, houve até piadianhas do tipo "agora aparece o Ultraman" durante a exibição do filme.

Uma coisa que me chamou a atenção logo de cara foi o o Jeager obsoleto possui uma estrutura parecida com à roupa/armadura utilizada pela personagem Samus Aran, do jogo Metroid da Nintendo. E eu nem preciso dizer da onde vieram os robôs gigantes né?


Além dessas coisas, outra coisa que me lembou bastante as animações japonesas foi a tentativa do governo ao construir muralhas para proteger as cidades litorâneas do pacífico diante da ineficácia dos Jeagers. Um conceito utilizado no anime Shigeki no Kyojin, onde a população vive cercada por muralhas a fim de deter os gigantes.

Deixando as comparações de lado, o enredo do filme foi muito bem construído. Um fato curioso, e de pouca importância até é que a maior parte da trama se desenvolva na China e não nos Estados Unidos, como acontece na maioria dos filmes.  Talvez seja por isso que o filme não tem tido uma boa bilheteria por lá, diferente de como acontece em países da Ásia. Ou talvez porque os americanos não entendem esse tipo de coisa. Sendo essa segunda a mais provável..


A questão principal é que o filme foi muito bem desenvolvido e com cenas bem construídas, salvo uma que até o momento não entendi o motivo. As cenas de ação se desenvolvem rapidamente, dando uma ideia de como funcionam as coisas, tanto dentro como fora do Jeager, e fazendo qualquer espectador ir a loucura, principalmente os aficionados pela cultura pop japonesa. Dizer que por acaso eu fiquei entusiasmada é pouco. 

Até o final clichê para esse tipo de filme foi deixado de lado. Aliás, para que beijo entre as personagens se suas mentes se conectam?

O dinheiro pago no ingresso e na pipoca valeu cada minuto do filme. E tendo oportunidade, irei assisti-lo mais uma vez.  

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2 comentários:

  1. Tinha certeza que você era a pessoa certa para escrever a respeito deste filme e como de costume não me decepcionou .

    Sabia que ele tinha tudo a ver com você era.

    Aqui você produz um de seus melhores e mais apaixonados textos.

    Parabéns. Está é a minha grande e incomparável Editora Chefe.

    ResponderExcluir
  2. Infelizmente acabei saindo do filme dando risada, Del Toro é muito bom, mas ficar irritadinho pq n conseguiu adquirir os direitos pra fazer um filme de Evangelion e resolver fazer um rip-off é complicado.

    Gosto muito dos filmes dele, mas esse realmente foi péssimo, das 5 pessoas que foram comigo assistir, só uma gostou, a unica q tb nunca assistiu Evangelion.

    ResponderExcluir

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