quarta-feira, 8 de março de 2017

Porque eu desisti DUAS VEZES de ler O Silmarillion de J.R.R. Tolkien



Quem nunca assistiu a (esplendorosa) trilogia O Senhor dos Anéis (clique aqui para ler os três posts sobre) e a trilogia O Hobbit (que não precisava de uma versão estendida, uma vez que fazer três filmes já foi estender demais) que atire a primeira pedra?! Ok, talvez eu esteja sendo um tanto despretensiosa com isso, mas O Senhor dos Anéis (de acordo com a própria Academia) é o filme detentor do maior número de prêmios que um filme poderia ganhar em uma noite numa premiação como o Oscar - se existir algum filme que tenha ganho mais que 11 Oscars, por favor, me avise. 


A Trilogia do Senhor dos Anéis é aquele tipo de obra que funciona nas duas mídias: a original, da literatura e a cinematográfica. Eu já tive a oportunidade de ler as obras, e curiosamente o primeiro livro (A Sociedade do Anel) é o meu preferido (sendo que o filme é o mais fraco e chato da trilogia. Eu mesma demorei um tempo até conseguir assistir na época, acho que em VHS). Infelizmente, com a trilogia O Hobbit (eu fiz posts sobre os filme e o livro, só clicar e ler) já não posso dizer o mesmo: com um primeiro filme magnífico (a parte que os anões cantam na casa do Bilbo é simplesmente fantástica) indo para um segundo filme que me desolosou para um filme que por mais que seja melhor que seu antecessor é do tipo "já chega!".

E não foi somente eu que disse isso. O próprio filho do J.R.R. Tolkien, Christopher, responsável por toda a obra agora que seu pai faleceu disse "não" à Peter Jackson (ou a qualquer outro diretor) sobre uma futura adaptação do que podemos considerar a enciclopédia da Terra Média, O Silmarillion - ao menos Guilhermo Del Toro foi esperto em sair daqui direção de O Hobbit, já que o filme foi (se o considerarmos ao SdA) um fracasso.

O Silmarillion é uma obra que retrata em suas páginas, acontecimentos desde a formação das Terra Média até o o final da Terceira Era (quando ocorreram os eventos narrados em O Senhor dos Anéis). São lendas derivadas de um passado remoto, ligadas as Silmarilis, três gemas perfeitas criadas por Fëanor, o mais talentoso dos elfos. 

Em uma primeira visita a obra, no começo de 2014 (quando tive a oportunidade de tirar as minhas primeiras merecidas férias), eu achei que seria uma leitura bastante agradável, afinal, estamos falando de uma obra que foi escrita por Tolkien (pai) e publicada após a sua morte por Tolkien (filho), que narra a criação da Terra Média e com ela todo o exuberante mundo que a mente de Tolkien fosse capaz de criar. Mal sabia eu que os nomes não seriam mais fáceis de ler como em O Senhor dos Anéis. 

Eu adquiri o hábito de fazer "histórico de leitura" no skoob quando leio, pois eles se tornam útil quando preciso finalmente escrever a resenha de um livro. É curioso que na época, eu achei a criação da Terra Média mais fascinante do que a criação de Nárnia, sim "comparações à parte" (outro livro do qual eu preciso revisitar novamente). O grande problema de eu ter abandonado a leitura do livro não uma vez, mas duas, é justamente porque ele é extremamente difícil de ler (queria poder compará-lo ao Apocalipse da Bíblia mas eu não posso, já que nuncali o segundo), sendo o livro um daqueles que você lê, e lê e nunca chega na metade, porque a leitura não avança. Sabe quando um vídeo trava por causa das conexão e tals? Era mais ou menos assim que eu me sentia lendo o livro. Principalmente por causa dos nomes das personagens (e não adiantou eu dar uma espiada no apêndice, pois eu não aprendi a ler os nomes), sem contar que chega uma hora que você confundi todos eles (pior do que acontece em livros como As Crônicas de Gelo e Fogo). 

Não sei se é o caso, mas acho que o problema maior é que O Silmarillion em si não foi uma obra revisada e editada por Tolkien (pai) - tanto que eu já li em algum lugar pela internet a fora que há inclusive, informações que não batem com suas outras obras, tipo OSdA -, e sim por seu filho, que lançou o livro à partir de anotações feitas por seu pai durante anos. Ou seja, ele não foi propriamente um livro escrito para ser lançado posteriormente.

Outra coisa foi: eu abandonei a leitura (se passando mais de um ano) e ano passado eu tentei retomá-la para o I Dare You 2.0 (que no final das contas eu desisti) e simplesmente não ia; eu pensei em ler da onde eu parei (que se não me engano é na página 236, final do capítulo "A História de Beren e Luthien", uma linda história de amor e até o momento meu capítulo preferido do livro) ou começar do começo (o que simplesmente não rolou). Veja bem, da época que eu o abandonei para a época que eu tentei retomar a leitura rendeu míseras 15 páginas.

Interessante que na época que eu ganhei o livro (a uns dois anos atrás, na mesma época, de aniversário) a pessoa que me deu me alertou que ele não era fácil. E realmente ele não é. Ao menos, sei que não estou sozinha nessa: de acordo com uma matéria publicada no site da Galileu ano passado, o Goodreads fez uma lista dos 100 livros mais abandonados e O Silmarillion ficou com a posição de número 10 (clique aqui e veja a lista completa). 

Já me disseram (e eu nunca fui atrás) de que existe um guia para ler e aproveitar tudo o que O Silmarillion tem a oferecer. Não sei se existe, mas se tiver com certeza vou levar em consideração se houver alguma próxima tentativa de leitura.


E você? Já abandonou a leitura de algum livro? Aproveite e compartilhe a "experiência"

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Um comentário:

  1. O Silmarillion é um livro desafiante, como você disse! Ao insistir, ele fascina e encanta... dá uma aoutra dimensão à saga que o segue!!

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